VOCE ESTÁ NA FRENTE DE UM ANGICO
(Anadenanthera colubrina) - Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica
Estado de conservação: Fora de risco de extinção
Para muitos povos originários, o angico é considerada uma ávore sagrada. a utilização de suas sementes (yopo ou cohoba) por xamãs amazônicos estão documentadas na história de povos originários pre-colombo e etnias yanomamis, por exemplo.
O Angico é nativo do Brasil, mas não endêmico (nasce em outros países da América do Sul). Ele é encontrado nos biomas do Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica. É uma árvore de crescimento rápido podendo atingir 30m de altura.
No paisagismo, pode ser empregada na arborização de ruas e parques. Em sistemas agroflorestais é utilizada como quebra-ventos, para sombreamento dem pastagens (pela área de copa considerável), para auxiliar uo enriquecimento de nitrogênio do solo e como atrativos de abelhas e outros insetos polinizadores (Maia, 2004). O Angico também é uma planta melífera, fornecendo pólen e néctar, auxiliando na mautenção das comunidades de abelhas nativas e outros insetos.
O Angico é considerado uma árvore pioneira e secundária inicial, podendo formar agrupamentos só dela. Se desenvolve bem em temperaturas de 16-27 C, e chuvas de 700 mm a 1800 mm ano. No plantio gosta de solos mais úmidos, férteis e profundos, com texturo areno-argilosa e bem drenados. Por causa de seu rápido crescimento e de fácil adaptação inclusive em terrenos pobres e degradados, o angico tem sido recomendado para projetos de recuperação florestal, especialmente, em áreas de reposição de mata ciliar.
Angico para alguns pode ser uma referência histórica – Grota de Angicos, no sertão sergipano, local onde Lampião e Maria Bonita foram mortos. Para outros, pode se referir à cidadezinha do interior potiguar – Angicos, local escolhido por Paulo Freire para dar início ao seu projeto pioneiro de alfabetização. Provavelmente, os dois lugares têm a origem de seus nomes ligada à árvore de flores brancas e pequenas, cheirosas, delicadas e bonitas, que atraem abelhas produtoras de mel. Uma estreita relação de cooperação entre dois seres vivos pode ser observada entre essa planta e algumas espécies de formigas. Glândulas nas bases das folhas produzem néctar doce que atrai as formigas. Aparentemente essa resina não possui qualquer outra função para a planta, sendo apenas um mecanismo de defesa, uma vez que as formigas que consomem o néctar atuam como soldados defensores na árvore, espantando outros insetos herbívoros devoradores de folhas. Essas relações ecológicas muitas vezes passam despercebidas aos mais desatentos às maravilhas da natureza. Robusta (resistente), seu tronco pode ter mais de um metro de diâmetro, revestido por casca mais ou menos lisa. Essa casca, por sinal, é rica em taninos (substâncias produzidas pelas plantas que evitam ataques de microrganismos patogênicos – que causam doenças) e por isso muito utilizada em curtumes (fábrica de couros e peles).
Outras fontes: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/190109/1/Livro-Nordeste-740-745.2018.pdf
https://greenpower.net.br/blog/yopo-anadenanthera-peregrina-uma-breve-historia-de-uso/